segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

A Antiga Estação da Clara em Vila Clara Mata RS


A Antiga Estação da Clara em Vila Clara Mata RS. Antiga Estação Ferroviária da Clara, localizada no Distrito de Vila Clara, interior do Município de Mata, no Estado do Rio Grande do Sul. Após a sua fundação, a estação de Vila Clara foi designada de Estação de Clara, por meados da década de 1940. O Prédio da Estação, hoje completamente abandonado, foi construído e inaugurado já com os trilhos em 13/05/1919. Pertencia ao  ramal ferroviário de São Borja, que partia da estação da cidade de Dilermando de Aguiar, na linha ferroviária que ligava Porto Alegre à cidade de Uruguaiana.
Os trens de passageiros, sempre partindo de Santa Maria, trafegaram pelo ramal até o ano de 1982. A linha foi propriedade da Viação Férrea do Rio Grande do Sul - VFRGS até o ano de 1975, quando foi incorporada pela Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima - RFFSA . A RFFSA foi extinta no ano de 1996. A estação da Clara foi aberta em 1919 e seus trilhos chegavam inicialmente até a estação da cidade de Jaguari. Somente 17 anos depois chegaram à cidade de Santiago, para finalmente alcançarem a cidade de  São Borja em 1938, onde se encontrariam com a linha Itaqui-Uruguaiana-São Borja.

Vila Clara pertente ao Município da Mata, da qual é o seu primeiro distrito. Faz divisa com Passo de Clara, no Município de Toropi através do Rio Toropi, cuja travessia é feita por Balsa. Ao lado da travessia da balsa, está a Ponte Férrea, cujas imagens aparecem ao final deste vídeo. A estação de Vila Clara deve o seu nome  à alemã pomerana Clara Textor, esposa de Ludwig Theodor Viggo Thompson, que fundaram o local como uma colônia para receber imigrantes alemães, por volta do final da década de 1880. O nome foi uma homenagem de Thompson a sua esposa que, mais tarde, batizou também a antiga estação de trens.

A Ponte Férrea Sobre o Rio Toropi possui 146m de vão livre. A ponte férrea foi construída pelo exército, através do Primeiro Batalhão Ferroviário, que era o responsável pelas obras de engenharia das ferrovias no início do século XX. A Ponte Férrea sobre o Rio Toropi foi, na época de sua construção, a ponte com o maior vão livre da América do Sul, título que hoje já não ostenta mais.  O grafite com a palavra "PAZ" em uma de suas cabeçeiras representa bem o sentimento que ela expressa: a paz de quem viu o progresso chegar com os trens de ferro e que hoje apenas percebe o tempo e as águas cruzando, levando embora o seu passado glorioso a cada dia mais e mais distante. A Ponte sobre o Rio Toropi, construída com a técnica de Concreto Armado, foi entregue à VFRGS, conforme registros do Primeiro Batalhão Ferroviário do Exército Brasileiro, no dia 31 de Dezembro de 1937 pelo então Cel. Desiderato Horta Barbosa, na época o seu comandante.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

A Casa Antiga de Novo Cabrais


A Casa Antiga de Novo Cabrais. Antiga casa de arquitetura germânica na cidade de Novo Cabrais, Município localizado na região Centro-Serra do Estado do Rio Grande do Sul, fundado no ano de 1996. A casa remonta, provavelmente, às primeiras gerações de imigrantes alemães e italianos que se estabeleceram no local. Os primeiros registros da ocupação de terras que pertencem ao atual município remontam ao ano de 1814.
Antônio José Menezes teria sido o pioneiro. Em 1814 teria adquirido uma gleba de terras em áreas que ficam ao sul do local denominado Mangueirinha. Mais tarde, Francisco José da Silva Moura obteve terras do Governo Provincial em área que atualmente corresponde à localidade de Cortado. Os herdeiros de Francisco José da Silva Moura viriam a receber a Fazenda Mouraria no ano de 1875 para Jacob Agne, que pertencia à primeira geração de imigrantes que se fixaram naquelas imediações. Imigrantes alemães e italianos são os principais colonizadores da região.
Antes da emancipação, o local foi elevado à distrito da cidade de Cachoeira do Sul no ano de 1989, e denominado de Rincão dos Cabrais, englobando as localidades de Cortado e de Linha Pfeiffer. Novo Cabrais emancipou-se em 1995, adquirindo terras das cidades de Cachoeira do Sul e de Cerro Branco. Em seu território encontra-se o Parque Witeck, considerando o maior parque natural privado da América do Sul, uma área de 100ha que foi adquirida em 1962 pelo médico ambientalista Acido Witeck, aberto ao público para visitações.
Também no interior do Município encontra-se o Cemitério do Cedro, ou Cemitério dos Farrapos, um local envolto de mistérios, crenças e lendas. No local estariam enterrados soldados farrapos desconhecidos, mortos em um combate da Revolução Farroupilha de 1835 que teria ocorrido no local, em confronto com as tropas imperiais comandadas por Duque de Caxias, nesta época Barão de Caxias e comandante das tropas militares do império no sul do Brasil.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

A História da Antiga Estação Férrea da Cidade de Santa Maria


A História da Antiga Estação Férrea da Cidade de Santa Maria. Complexo da Antiga Gare, em Santa Maria, RS, a antiga estação ferroviária da cidade, cujo prédio principal foi construído em 1885. Santa Maria ficou conhecida na região pela alcunha de cidade ferroviária pela importância histórica e econômica da ferrovia ao longo de sua existência. O Vagão que aparece na tela foi construído em 1937, e era denominado de “Vagão Administração” onde instalavam-se os engenheiros que atuavam na inspeção das linhas. Foi trazido pela Prefeitura no ano de 2013 numa tentativa de revitalização do espaço, projeto que não teve êxito, e hoje, como a maior parte do complexo, encontra-se abandonado.

Na década de 1920, os trens que saiam de Santa Maria chegavam até São Paulo, e no extremo da linha, à cidade de Uruguaiana, na fronteira com a Argentina. A estação tornou-se sinônimo do progresso local, e dela desencadeou-se o contexto social da cidade. A partir de sua construção, a população da cidade quintuplicou-se nos 20 anos seguintes à chegada da ferrovia. A estação de Santa Maria foi inaugurada pela E. F. Porto Alegre-Uruguaiana, uma empresa pública gaúcha, e foi construída em terreno doado por Ernesto Beck. A plataforma de embarque foi construída apenas no começo da década de 1920, já com a VFRGS - Viação Férrea do Rio Grande do Sul na administração da ferrovia.

A decadência do transporte ferroviário levou a extinsão e suspensão do transporte de passageiros no ano de 1996. A Rede Ferroviária Federal S.A foi cedida à iniciativa privada em março de 1997. Os prédios não operacionais, nos quais se inclui o da Estação, continuaram de posse governamental, sendo repassados para o uso da prefeitura de Santa Maria. Santa Maria foi sede do maior entroncamento ferroviário do centro do Estado do RS, e teve o seu auge entre os anos de 1910 a 1950, quando a maior parte dos trens passavam por aqui. A cidade estava ligada a São Paulo desde o início da década de 20, e era responsável, através de sua estação, por grande parte da logística de escoação da produção da economia gaúcha no período de seu funcionamento.

Todo o largo da estação férrea é tombado em nível Municipal e Estadual. O prédio da antiga estação apresenta elementos neoclássicos, visíveis em sua estrutura, portas e janelas. A plataforma de embarque apresenta cobertura de ferro com elementos decorativos do movimento Art Nouveau, característica comum a diversos prédios históricos existentes na cidade.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

O Antigo Prédio dos Correios da Cidade de Porto Alegre


O Antigo Prédio dos Correios da Cidade de Porto Alegre. Antigo prédio dos Correios e Telégrafos, ou Prédio Velho do Correio, localizado no Centro Histórico de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Corresponde a um monumental prédio que atualmente abriga o Memorial do Estado do Rio Grande do Sul. Corresponde a um dos mais belos e importantes edifícios históricos da cidade de Porto Alegre. Em estilo eclético, a construção tem forte influência do barroco alemão, com uma grande torre de relógio à esquerda, ornamentação em motivos florais e esculturas na fachada. A figura de Atlas, também chamado Atlante, que na mitologia grega é um dos titãs condenado por Zeus a sustentar os céus para sempre, destaca-se na entrada do edifício.
O prédio dos Correios e Telégrafos foi tombado em 1980 pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e escolhido para ser a sede do Memorial do Rio Grande do Sul, para abrigar um centro histórico voltado para a preservação da cultura gaúcha. O acordo de cedência do prédio implicou na criação de um Museu Postal e de uma Agência Filatélica, mantendo uma vinculação do local com as suas funções originais. Projetado pelo arquiteto Theodor Wiederspahn e executado pelo engenheiro Rudolph Ahrons, foi construído entre os anos de 1910 a 1913, e inaugurado em 21 de abril de 1914. A construção abrigou diversas unidades da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ao longo do tempo, entre elas um Centro de Distribuição e Agência Filatélica.

Hoje o prédio abriga um centro de informação e divulgação da história do Estado do RS, onde estão reunidos objetos, mapas, gravuras, fotos, livros, imagens iconográficas e depoimentos importantes sobre os principais fatos ocorridos na história do Estado. Filho de um carpinteiro e construtor, em sua juventude na Alemanha recebeu instrução qualificada em construção, arquitetura e decoração, começou sua vida profissional aos 14 anos como aprendiz de Phillip Mauhs, trabalhou na empresa de Josef Strecke e depois passou a auxiliar o pai, mas a convivência com ele era difícil, levando-o a procurar emprego em um escritório de arquitetura. Na Alemanha produziu dezenas de obras de variado caráter, revelando gosto tanto pelo experimentalismo de vanguarda como por estilos históricos, e no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, onde se fixou em 1908, desenvolveu a parte principal da sua carreira.

O acervo está exposto através de uma concepção museográfica moderna aliada a novas tecnologias, permitindo, assim, a integração com o público e o fácil entendimento dos conteúdos. Em Porto Alegre, Brasil. Theodor Alexander Josef Wiederspahn, mais conhecido como Theo Wiederspahn (Wiesbaden, 19 de fevereiro de 1878 — Porto Alegre, 12 de novembro de 1952) foi um arquiteto, engenheiro e construtor alemão naturalizado brasileiro. Sua fase áurea coincidiu com um período de prosperidade econômica regional, quando trabalhou no principal escritório de engenharia e construção de Porto Alegre, dirigido por Rudolf Ahrons, criando em conjunto vários prédios majestosos e ricamente decorados, de linhas ecléticas, que permanecem entre os principais marcos arquitetônicos da cidade.

Com o fechamento da empresa em 1915, passou a desenvolver uma carreira independente, mas enfrentou dificuldades de várias ordens e faliu duas vezes. Não obstante, era um trabalhador incansável, e pôde erguer centenas de outras edificações na capital e em várias cidades do interior, de variados tipos e funções, das escolas e igrejas às residências populares, dos palacetes burgueses às grandes indústrias e casas comerciais, muitas delas também de grande significado social, histórico e artístico, contribuindo decisivamente para renovar o panorama arquitetônico estadual. Com o passar dos anos seu estilo evolui e se torna mais despojado e funcional, aproximando-se gradativamente da estética Déco e da Nova Objetividade. Casou duas vezes, deixando cinco filhos.

Depois de um período de obscuridade, sobrepujado pela escola modernista, cuja avassaladora influência levou à derrubada de dezenas de suas obras ecléticas, voltou a ser apreciado, e hoje, pela quantidade, qualidade, variedade e novidade de seus projetos e soluções construtivas, sua posição como um dos principais expoentes da história da arquitetura do Rio Grande do Sul está solidamente consagrada. Muitas das suas obras sobreviventes foram tombadas ou inventariadas.