segunda-feira, 28 de novembro de 2022

O Antigo Casarão da Família Cortiana no Interior da Cidade de Jaguari


O Antigo Casarão da Família Cortiana no Interior da Cidade de Jaguari. Antigo casarão construído em 1909 por Maximiliano Cortiana, na localidade de marmeleiro, interior do Município Gaúcho de Jaguari. A Família Cortiana foi uma das muitas famílias que emigraram diretamente da Itália para a região de Jaguari e ali se estabeleceram. A casa apresenta uma simbiose de influências de arquitetura italiana e portuguesa, de muita harmonia e de aparente conservação e beleza.

Chama a atenção a presença de uma platibanda que esconde o telhado da construção, característica pouco comum nas construções desta época nesta região. A ornamentação superior e lateral destacam-se aos olhos e dão à casa um aspecto de beleza singular. Numa delas surge uma estrela de David. A propriedade atualmente pertence aos herdeiros de David Cortiana, um dos filhos do construtor original, também já falecido. Em frente a casa encontra-se o prédio da antiga escola estadual Maximiliano Cortiana, hoje já extinta.

No local, a época do pai e filhos, havia no local uma olaria para a fabricação de tijolos que já encontra-se destruída. A construção que aparece ao lado da casa, feita de tijolos, corresponde a uma antiga estufa de secagem de fumo, também já desativada, e que também já foi utilizada como moradia. Hoje serve de galpão para guardar objetos da propriedade.

Maximiliano Cortiana foi um dos fundadores da Cooperativa de produtores de Jaguari, a COOPERATIVA AGRÍCOLA SÃO JOSÉ. Seu nome batiza a rua onde fica a sede da mesma. Maximiliano também foi vereador nos primeiros tempos do Município. Maximiliano Cortiana foi filho de Guglielmo Cortiana e da viúva Lucia Novello, e um dos fundadores da Cooperativa Agrária São José, fundada no ano de 1932, e onde também foi o seu presidente.

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

A Estação Férrea Abandonada de São Pedro do Sul


A Estação Férrea Abandonada de São Pedro do Sul. Antiga Estação Ferroviária da Cidade de São Pedro do Sul, região central do Estado do Rio Grande do Sul. A estação, assim como todo o ramal ferroviário da cidade encontram-se atualmente abandonados. A Estação de São Pedro foi inaugurada em 1919, e pertencia ao ramal de São Borja, da linha Porto Alegre-Uruguaiana. A data de construção do prédio atual é e 1929.

Ao final da década de 1880, foi criada uma comissão para a implantação da Linha Porto Alegre-Uruguaiana, a quem este ramal pertencia. Na época algumas linhas pertenciam à Cie Auxiliare, Companhia Belga que explorava as linhas férreas na região central do Estado do Rio grande do Sul. Em meados da década de 1900, a Estação passou a se chamar Estação São Pedro do Sul. A ferrovia, nesta época, pertencia a extinta V.F. Rio Grande do Sul (1919-1975), No entanto, a má gestão da Auxiliare" deram força ao movimento em favor de sua estatização. O movimento foi liderado pelo então deputado federal Augusto Pestana que, em 1920 criou a VFRGS e foi o seu primeiro presidente.

A partir de 1905, todas as ferrovias no Estado foram unificadas sob o nome de VFRGS - Viação Férrea do Rio Grande do Sul. A VFRGS foi entregue à administração da Empresa Belga Compagnie Auxiliare de Chemins de Fer au Bresil que, por sua vez, passou a fazer parte da Brazil Raiways no ano de 1911. Os últimos trens de passageiros passaram nesta estação no ano de 1981. Já a partir da década de 1990 o ramal passou a ser desativado e hoje já se encontra totalmente paralisado e inoperante. O ramal partia da estação da Cidade de Dilermando de Aguiar, passava pelas cidades de São Pedro do Sul, Mata, Jaguari, Santiago e chegava até a Cidade de São Borja, de onde se interligava a Uruguaiana. Todo o ramal de São Borja atualmente encontra-se desativado, e em alguns trechos, inclusive, já se apresenta sem os trilhos.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

O CASARÃO ANTIGO DA PRIMEIRA PADARIA DA CIDADE DE SILVEIRA MARTINS


O CASARÃO ANTIGO DA PRIMEIRA PADARIA DA CIDADE DE SILVEIRA MARTINS. Antigo casarão construído pela Família Lôndero, no Centro da Cidade de Silveira Martins, no RS. O Casarão foi a sede da primeira padaria da Cidade, quando já pertencia à Família Rizzati. Caracterizado como em Estilo Eclético de Transição, o Casarão foi construído por volta do ano de 1900, e mais tarde sofreu reformas que lhe deram diversos elementos neoclássicos, provavelmente entre as décadas de 1930-40.

O Casarão foi adquirido de Francisco Guerino no ano de 1963 pela Familia Rizzati, com o objetivo de alí estabelerem uma padaria. Novas reformas foram executadas para dar ao local a funcionalidade comercial. Segundo os proprietários, as telhas do telhado nunca forma substituídas, nem mesmo nesta reforma. A Cidade de Silveira Martins é conhecida como o Berço da Quarta Colônia de imigração Italiana no Rio Grande do Sul, tendo recebido os primeiros imigrantes na região central do estado do RS, à partir do ano de 1877, quando chegaram na região as primeiras 70 famílias de colonos vindos da Itália.

Em 1886 Silveira Martins é elevada a categoria de Fregueria e a colônia é desmembrada, sendo o seu núcleo central passando a ser Distrito da Cidade de Santa Maria. Apenas em dezembro de 1987, através da lei N. 8.481, Silveira Martins é finalmente emancipada. O nome do Município é homenagem ao político Gaspar Silveira Martins, um uruguaio filho de pais brasileiros que depois radicou-se no Brasil. Foi ele quem apoiou o pedido do Município de Santa Maria da Boca do Monte na concessão das terras devolutas que viriam a sediar a atual sede da Cidade.

O turismo sempre foi uma vocação natural do Local. Nos dias atuais, muitas discussões sobre o tema se fazem presentes e são uma constante na agenda política do Município, que conta com um legado cultural e arquitetônico importante, cercado por belezas naturais desconhecidas e ainda pouco exploradas. Nas primeiras décadas de constituição de seu povoamento, Silveira Martins foi um importante polo turístico regional, quando o Município era muito visitado por turistas que vinham aproveitar o veraneio e seu clima de montanha, atendidos por uma rede de infraestrutura adequada para os padrões da época.


segunda-feira, 7 de novembro de 2022

A Casa Antiga dos Primeiros Imigrantes Italianos de Jaguari


A Casa antiga dos primeiros imigrantes italianos de Jaguari. No vídeo mostraremos uma casa que fica no bairro denominado Consolata, região próxima ao Cemitério Municipal da Cidade de Jaguari, no RS. Trata-se de uma casa antiga e remanescente das primeiras construções dos imigrantes italianos que colonizaram a região, à partir do final do século XIX. A Colônia de imigração de Jaguari surgiu da expansão das terras e do território no entorno da Colônia Imperial de Silveira Martins, que recebeu os primeiros imigrantes italianos da região Central do Estado do RS. Especificamente quanto a casa que aparece neste vídeo, não conseguimos nenhuma informação mais relevante.

Diferente das demais colônias de imigração italiana no RS, onde as primeiras casas eram de madeira, a maioria dos imigrantes que aqui chegaram eram oriundos da região do Vêneto, na Itália, onde dominavam as técnicas construtivas da pedra basalto, que foi adaptada para o uso das construções feitas com tijolos de barro, produzidos pelos próprios imigrantes. Os imigrantes italianos, ao inserirem-se no território gaúcho, dispersaram-se no território, formando novos núcleos habitacionais e criando ilhas culturais que expressavam a sua italianidade. Este foi o caso da Cidade de Jaguari. E a casa em tela mostra uma faceta desta expressividade no campo arquitetônico.

O reboco dos tijolos era feito com uma mistura de cal e barro, muitas vezes misturado com quantidades de palha de arroz ou de trigo, para dar maior durabilidade e aderência. Havia, no entanto, dificuldade na aquisição do cal, por isso o reboco não era tão difundido no tempo das primeiras construções. As casas de alvenaria existentes nos Municípios da Quarta Colônia de Imigração Italiana e outros municípios circunvizinhos, como a Cidade de Jaguari, representam um dos mais importantes acervos arquitetônicos em alvenaria da imigração italiana no Brasil, mesclando diferentes estilos, técnicas e singularidade de construções. Esta antiga casa é uma prova viva e remanescente desta época de conquistas e desbravamentos.

As portas e janelas desta casa em especial, por serem ainda de madeira, revelam que a mesma situa-se numa fase de transição entre as primeiras casas construídas pelos primeiros imigrantes, já composta por uma fachada de reboco e construída com tijolos. Era uma casa de moradia, portanto, já definitiva . Somente mais tarde é que o vidro foi incorporado às construções, quando da chegada das influências do ecletismo nas construções das gerações de descendentes já nascidos no Brasil.