segunda-feira, 31 de outubro de 2022

A História do Antigo Hotel Glória da Cidade de Santa Maria


A História do Antigo Hotel Glória da Cidade de Santa Maria. Fachada do antigo Hotel Glória, prédio histórico do início do século XX, construído no centro da Cidade de Santa Maria, Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Localizado na Avenida Rio Branco, esquina com a Rua Silva Jardim, foi um importante hotel da rede hoteleira da Cidade no início do Século XX, em razão de sua proximidade com a Estação Férrea da Cidade, localizado a apenas quatro quadras da mesma.

O palacete foi construído , originalmente, para ser a residência da família de Julio Marques da Costa, tendo sido alugado e mais tarde adquirido pelo empreendimento comercial. A data original da construção do palacete consta do ano de 1920. O hotel iniciou as suas atividades com 80 quartos, com projeto de expansão para um total de 150 quartos. No final do vídeo existem os anúncios de abertura da atividade do Hotel na imprensa da época.

Os sócios majoritários e proprietários originais do Hotel Glória eram Domingos Martins e sua esposa Maria Scangarelli Martins, antigos sócios do Hotel Kroeff e do Hotel Central. O Hotel iniciou as suas atividades na Cidade no ano de 1930. A construção é mais um típico exemplar do estilo eclético do início do século XX, com suas balaústras e sacadas características, os ornamentos de decoração , os medalhões e figuras em relevo tão presentes e característicos nas construções desta época e estilo. Na década de 1950, o hotel foi adquirido por Leo Muller, tendo encerrado as suas atividades no ano de 2007. O prédio foi então adquirido pela Unifra, atual UFN - Universidade Franciscana, que reformulou toda a sua estrutura interna, mantendo a fachada original do antigo hotel.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

A História do Marco das Três Fronteiras na Cidade de Foz do Iguaçu


A História do Marco das Três Fronteiras na Cidade de Foz do Iguaçu. Localizado no Bairro Porto Meira, distante 14 Km da Cidade de Foz do Iguaçu no Estado do Paraná, no Brasil. O Marco ou obelisco das Três Fronteiras foi criado em 1903 e demarca, simbolicamente, a tríplice fronteira entre Brasil , Argentina e Paraguai, e está situado às márgens dos Rio Iguaçu e do Rio Paraná. Na entrada do parque temos a reprodução de uma vila missioneira, que foi reconstruída tendo como inspiração àquelas existentes nas Missões Jesuíticas, que tinham a intenção de catequizar os índios que aqui viviam, e que eram comandados pelos padres jesuítas, através da Companhia de Jesus. Eram eles os responsáveis pela fundação das reduções e de sua organização.

O parque e as estruturas atuais foram revitalizados à partir do ano de 2015. Todas as estruturas do atual parque homenageiam as Missões Jesuíticas, que trazem um pouco da história e do desbravamento da região de Foz do Iguaçu. Também na entrada do parque é apresentada uma projeção cinematográfica sobre o desbravador Cabeza de Vaca, um colonizador espanhol e reconhecido como o primeiro homem branco a ver as Cataratas do Iguaçu no ano de 1542. A companhia de Jesus criou Missões e Reduções jesuíticas que arrebanhavam os índios nos territórios do Paraguai, Argentina e no Brasil, e em outros países também. O parque onde se localiza o Marco das Três fronteiras faz este resgate, com a réplica da fachada de uma igreja missioneira da época, e traz diversos aspectos da cultura indígena e da presença jesuítica na Região.

Esta estrutura toda, no entanto é bem recente. Até o ano de 1972, o Marco das Três Fronteiras do lado Brasileiro não tinha estrutura para receber visitantes e era conhecido na cidade como “coisa do Exército”, pois eram eles que mantinham o lugar. Para resolver a questão foi formada comissão mista entre países para resolver a situação. O brasil foi representado por homens que hoje são nomes de grandes cidades do estado do Paraná, entre eles Guilherme Capanema, conhecido como o Barão de Capanema, que dá nome a cidade de Capanema, e o general de exército Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira, que dá nome a cidade de Dionísio Cerqueira, ambas no PR.

O marco foi Inaugurado em 20 de Julho de 1903, e foi erguido para celebrar a demarcação definitiva das fronteiras Brasil – Argentina, sendo esta a última fronteira do território brasileiro a ser demarcada com os países da América do Sul. Em 1885 foi firmado um acordo, baseado ainda no tratado de Madrid, de 1750, que colocou toda a região em litígio. Antes desse acordo, Dom Pedro II já havia mandado fundas fundar colônias militares na região, com receio de que houvesse uma invasão argentina ao território. Entre estas colônias estava a colônia militar de Chapecó, fundada no ano de 1882, a colônia militar do Chopin, também fundada em 1882, e também a colônia militar do Iguassu no ano de 1889, que corresponde a atual cidade de Foz do Iguaçu.

A questão foi levada ao arbitramento internacional, sendo os EUA e o seu presidente Grover Cleveland os responsáveis pela decisão. O resultado foi proclamado em 1895 e Dionísio Cerqueira, então como chanceler do Brasil, assinou o assinou o tratado das três fronteiras. Já na fase da República, Quintino Bocaiuva, ministro das Relações Exteriores do Brasil, assinou em 1890 o Tratado de Montevidéu, que dividia a região em discussão entre o Brasil e a Argentina, acabando com o litígio. Mas o Congresso Nacional do Brasil não ratificou os termos dizendo que o ministro tinha extrapolado as suas funções.


segunda-feira, 17 de outubro de 2022

A Igreja Matriz da Cidade de Cacequi - A Terra Entre Rios


A Igreja Matriz da Cidade de Cacequi - A Terra Entre Rios. Igreja Matriz de Nossa Senhora das Vitórias, localizada no centro da Cidade de Cacequi, na região central do Estado do Rio Grande do Sul. A igreja pertence a Arquidiocese da Cidade de Santa Maria, fazendo parte da Área Pastoral Missioneira. A igreja é sede da Paróquia de Nossa Senhora das Vitórias, criada em 1935. No entanto, desde 1924 consta a doação de um terreno feita por Marcelino de Oliveira e Márcia Prates de Oliveira para a construção de uma capela antecessora ao atual templo, que situava-se em outro local, próximo a um pequeno riacho.

Antes da atual igreja, foi construída no local à partir do ano de 1924, uma pequena Capela quando Dom Hermeto, bispo da Diocese de Uruguaiana, autorizou a venda do antigo terreno e lançou a pedra fundamental para a construção da antiga Matriz. Este templo permaneceu em pé até 1979, quando foi demolido para dar lugar ao atual Salão Paroquial. No final do vídeo ela aparece em uma foto junto da atual matriz em construção. As obras da atual igreja começaram no ano de 1949. Em 1960 a igreja migrou para a diocese de Bagé, e no ano de 1997 para a Arquidiocese de Santa Maria.
Consagrado à Nossa Senhora das Vitórias, que representa uma santa associada às vitórias dos povos em suas respectivas épocas, no ano de 2008 o templo foi elevado à categoria de Santuário Diocesano pelo Bispo Dom José Ivo Lorscheiter. Por muito tempo o território da Cidade de Cacequi pertenceu a América Espanhola, reintegrando-se ao Brasil apenas à partir de meados do Século XVIII. A Cidade teve início como estação de estrada de ferro no ano de 1890, quando chegaram os trilhos da COMPAGNIE AUXILIAIRE DES CHEMINS DE FER DU BRÉSIL, empresa belga responsável pela implantação da malha ferroviária no RS.

A história do início das construções religiosas que culminaram com a construção da atual Igreja Matriz da Cidade de Cacequi confunde-se com a própria história de criação do Município, que sofreu forte migração ao final do século XIX com a chegada dos trabalhadores ligados ao movimento ferroviário do RS. Cacequi é palavra indígena que significa "terra entre rios". Seu território é banhado pelos Rios Cacequi, Ibicui e Rio Santa Maria. Os habitantes primitivos do território eram índios das tribos dos Patos, Tapes, Guaraans, Jes-Tapuias, Huárpios, Charruas, Minuanos, Tupis e Guaranis.

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

A Antiga Escola de Artes e Ofícios dos Ferroviários de Santa Maria


A Antiga Escola de Artes e Ofícios dos Ferroviários de Santa Maria. Fachada do prédio da antiga Escola Hugo Taylor da Cidade de Santa Maria, localizada na Av. Rio Branco, centro histórico do Município da região central do Estado do Rio Grande do Sul. A construção mistura os estilos dos movimentos neoclássico, art noveau e barroco, caracterizando-se o que se denomina de Estilo Eclético. O prédio foi construído para sediar a Escola de Artes e Ofícios, que foi inaugurada no ano de 1922.

A antiga Escola de Artes e Ofícios foi criada pela Cooperativa dos Empregados da Viação Férrea de Santa Maria, para atender aos filhos dos trabalhadores da Rede Ferroviária, visto que o ensino de qualidade era destinado apenas para àqueles que pudessem pagar por escolas particulares. Manuel Ribas, então funcionário da Compagnie Auxiliaire des Chemins de Fer au Brési, empresa que explorava a rede férrea do RS, criou um fundo de beneficência para a criação da Escola e em 1917 adquiriu o terreno onde seria construída a Escola para os filhos dos trabalhadores ferroviários.

A administração da escola foi executada pela Congregação dos Irmãos Maristas. O ensino profissional da escola, por sua vez, foi feito por profissionais da Escola de Engenharia Parobé de Porto Alegre. Em 1923, o terreno ao lado, nas esquinas da Av. Rio Branco e Rua dos Andradas foi adquirido, o que garantiu a expansão da escola. O terreno foi adquirido da Intendência Municipal, que tinha planos de criar ali um teatro municipal. No mesmo ano iniciaram-se as obras e a Escola de Artes e Ofícios da Cooperativa dos Empregados da Viação Férrea de Santa Maria foi inaugurada no ano de 1922.

No ano de 1990 a sede da antiga escola foi vendida à iniciativa privada, recebendo diversos empreendimentos comerciais, dentre eles a sede de um bingo e também a sede de um shopping popular. Desde o ano de 2017 sedia uma loja da rede de supermercados Carrefour, que restaurou e modificou a fachada externa e interna da antiga Escola de Artes e Ofícios de Santa Maria. Em 1934 a Escola passou a denominar-se de Ginásio Industrial Hugo Taylor e, mais tarde, Escola Industrial Hugo Taylor. Em razão de dificuldades financeiras da Cooperativa mantenedora, a última turma de técnicos foi no ano de 1963. A Escola seguiu como escola regular até o ano de 1986, quando encerrou definitivamente as suas atividades.

O antigo prédio da escola sobreviveu a três incêndios ao longo de sua história, sendo o de 1954 o mais impactante e destruidor. Simbolicamente em seu sentido trágico, o prédio é vizinho da Sede da Boate Kiss, onde um incêndio de grandes proporções no mês de janeiro de 2013 matou 242 pessoas e feriu 680 outras numa das maiores tragédias do gênero ocorridas no mundo inteiro.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Pontes de Ferro e Madeira no Interior do Rio Grande do Sul


Pontes de Ferro e Madeira no Interior do Rio Grande do Sul. Antiga ponte férrea construída com a técnica do uso de rebites, e ao lado uma ponte de madeira bruta, ambas construídas para dar passagem sobre um pequeno curso de água em localidade rural no interior do Rio Grande do Sul. Na segunda metade do século XIX, iniciou-se, no Rio Grande do Sul, a implantação da ferrovia com a finalidade de transportar mercadorias e pessoas. Santa Maria passou a centralizar o tráfego de trens, transformando-se em ponto de ligação entre todas as linhas férreas do Estado.

A construção de pontes férreas foi crucial para esta expansão, uma vez que as linhas ferroviárias não podem ter grandes desníveis ou curvas fechadas como nas estradas. Com isso, para superar obstáculos pelos caminhos dos trens, pontes como essa precisaram ser projetadas e construídas. A maioria das pontes férreas no sul do Brasil foram construídas pelo 1º Batalhão Ferroviário, oriundo do Batalhão de Engenheiros, criado pela Corte Portuguesa em 1855. Sua primeira sede foi a cidade de Cachoeira do Sul - RS, e desde março de 1971 tem sede na cidade de Lages - SC.

As pontes de madeira, por sua vez, servem para apresentar soluções ao tráfego rodoviário, e são normalmente encontradas nas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. A existência destas pontes é de extrema importância para o desenvolvimento da economia e do transporte. A responsabilidade pela implantação e a construção de pontes de madeira está vinculada a jurisdição das vias em que elas são necessárias. Assim, àquelas que são implantadas e necessárias em vias federais são de responsabilidade da União, nas vias estaduais dos Estados, e nas municipais a responsabilidade é dos Municípios.

A construção de pontes em estrutura de madeira apresenta custo de implantação consideravelmente competitivo em relação às pontes de aço e de concreto, e são construídas em menor espaço de tempo, o que torna a escolha deste tipo de construção a primeira opção para os administradores e governantes. A grande desvantagem destas pontes de madeira está em seu curto tempo de vida, exigindo reparos contantes e dificuldades de fiscalização.Atualmente começa a se difundir a idéia de substituição destas pontes por novas pontes hibridas de madeira-aço ou madeira-concreto, o que garante uma melhor estrutura sustentável e com melhor custo benefício no aspecto econômico e financeiro.