segunda-feira, 27 de junho de 2022

A História do Clube Caixeiral da Cidade de Santa Maria


A História do Clube Caixeiral da Cidade de Santa Maria. Sede do Clube Caixeiral da Cidade de Santa Maria, RS, localizado à Rua do Acampamento, esquina com a Rua Alberto Pasqualini, no centro histórico e comercial do Município. O Clube Caixeiral foi fundado em 14 de fevereiro de 1886, reunindo os caixeiros viajantes da Cidade. Os fundadores foram Herculano dos Santos, seu primeiro presidente, Joaquim Ilha, Venâncio de Freitas, Vitor Rist F°, João B. de Figueiredo, Luís Gonzaga Martins, Domingos Dias, Fidêncio de Oliveira, Ernesto Vieira, Germano Brenner, Manoel Feliciano dos Santos, Percival Brenner e Carlos de Lemos Pinto.

A primeira sede do Clube foi instalada em um sobrado na esquina da Rua Dr. Bozano com a Rua Duque de Caxias, no local onde hoje está instalado o Edifício Dalcol. Mais tarde, o clube se instalou na sua primeira sede própria, à rua Floriano Peixoto, onde atualmente está o Centro de Ciências Sociais e Humanas da UFSM. A atual sede do Clube só foi inaugurada no ano de 1926. Pela lei 1869/76, DE 17-08-1976, o Prefeito Municipal DR. ARTUR MARQUES PFEIFER considerou de Utilidade Pública Municipal, o Clube Caixeiral Santa-Mariense. No ano de 2007 teve início, pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural, um processo para estudos de tombamento da edificação.

O início da obra do prédio do Clube Caixeiral se deu em 21 de abril de 1921, e a inauguração se deu em 16 de outubro de 1926. O projeto foi assinado pelo arquiteto alemão radicado em Porto Alegre Theodor Wiederspahn, e a execução da obra foi conduzida por Olympio Lozza. Em estilo eclético, predominam na construção os elementos dos movimentos Neoclássico e Art Nouveau. Estas sociedades surgiram em razão dos movimentos dos caixeiros pelo fechamento das portas do comércio aos domingos e feriados, na parte da tarde. Os dirigentes dos Clubes continuaram, por muitos anos, na defesa do descanso. A bandeira dos direitos sociais da classe dos caixeiros viajantes esteve na gênese da fundação destas associações. As sedes sociais e atividades clubísticas surgiram apenas em um segundo momento de suas existências.

Os Clubes Caixeirais no Rio Grande do Sul surgiram nos anos finais do século XIX. Entre 1879 e 1890, foram fundados doze clubes no Estado, nas Cidades de Pelotas, Porto Alegre, Bagé, Livramento, Jaguarão, Santa Maria, Alegrete, São Gabriel, Rio Grande, Cachoeira do Sul, Uruguaiana e São Sepé, sendo a sociedade Caixeiral da Cidade de Pelotas a mais antiga, fundada no final do ano de 1879. O Clube Caixeiral de Santa Maria permanece fechado desde julho de 2018, quando parte do telhado de sua estrutura caiu. No local funcionava um restaurante de intenso movimento, que também teve de ser fechado. Até os meandros de janeiro de 2020, quando gravamos este vídeo, a obra e reconstrução e recuperação da estrutura dos telhados não havia ainda começado.

A realidade atual dos clubes caixeirais é de dificuldades financeiras e de manutenção de suas estruturas, uma vez que são clubes com poucos sócios, muitos dos quais remidos, e a evolução da sociedade, que leva a falta de interesse do público em frequentar bailes e jantares tradicionais. A dificuldade de adaptação aos novos tempos e a barreira financeira é uma marca comum entre estas instituições centenárias.


segunda-feira, 20 de junho de 2022

A Reforma do Clube Martinhense e a História do Forte de São Martinho da ...


A Reforma do Clube Martinhense e a História do Forte de São Martinho da Serra. Obras do Clube Martinhense, localizado no Centro da Cidade de São Martinho da Serra, na região central do Estado do Rio Grande do Sul. O vídeo mostra a reforma em andamento no ano de 2018. Em 2019 a obra estava quase concluída, já com a colocação dos telhados. Em razão da pandemia de Covid-19, não nos deslocamos até o local no ano de 2020.

O Clube passou por regularização fundiária executada pela Prefeitura Municipal para que pudesse ser reformado. Não foi possível a obtenção de outras informações sobre o local. O espaço, no entanto, será novamente destinado ao uso da comunidade local. O território de São Martinho da Serra era originalmente habitado por comunidades indígenas organizadas (guaranis) quando chegaram os colonizadores europeus. A partir da primeira metade do século XVII chegaram os primeiros padres jesuítas ao local, que o denominaram de Monte de São Martinho.

O Forte localizava-se pouco adiante da Picada de São Martinho, único caminho conhecido da região por entre as serras que levavam à região missioneira do atual Estado do RS. Tinha por função impedir o contrabando que vinha das Missões Orientais para o Município de Rio Pardo, e era um contraponto à Guarda de Santa Maria, que Portugal mantinha na parte baixa da serra já em território português. Mais tarde, em razão dos conflitos de fronteira entre Portugal e Espanha, foi instalado por esta na região um forte militar, também chamado de guarda ou trincheira de São Martinho, que era composta por 30 ou 40 homens, índios em sua maioria, chefiados por um oficial espanhol.

Finalmente, em 1801, o militar e estancieiro Manoel dos Santos Pedroso (Maneco Pedroso), atacou e conquistou em definitivo a Guarda de São Martinho. Após a sua vitória, um destacamento do exército português, partindo do Passo dos Ferreiros, tomou posse do local. Foi deste forte militar que partiram as tropas portuguesas que reconquistaram para Portugal toda a região das Missões do atual Rio Grande do Sul. Em 1775, partindo da Cidade de Rio Pardo, o sargento-mór Rafael Pinto Bandeira e 150 homens do esquadrão de cavalaria ligeira realizou o primeiro ataque português ao Forte de São Martinho, conquistando-o e abandonando-o em sequência, uma vez que não pôde deixar ali homens para garantir a posse do local. Assim, os espanhóis retornaram ao local posteriormente.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

A História do Monumento ao Imigrante Italiano em Silveira Martins


A História do Monumento ao Imigrante Italiano em Silveira Martins. Na tela o Monumento em homenagem ao Imigrante Italiano, construído na VRS 804, na subida da Serra que leva ao Hoje Município de Silveira Martins, que na época das imigrações era Distrito da Cidade de Santa Maria e foi a sede da Quarta Colônia de Imigração Italiana do Rio Grande do Sul, localizada na região central do Estado. Cabe dizer que a história das imigrações nesta região estão associadas, entre outras, à figura de Gaspar Silveira Martins, político gaúcho nascido no Uruguai e um grande defensor das imigrações no sul do Brasil e de melhores condições de vida aos imigrantes aqui chegados. O nome do Município de Silveira Martins, inclusive, é um tributo em sua homenagem.

Dentro destas circunstâncias foi criado então o Núcleo Colonial da Cidade de Santa Maria da Boca do Monte, cujas terras seriam vendidas a imigrantes para angariar recursos para os cofres da cidade. Este núcleo, mais tarde, viria a se tornar a Quarta Colônia de Imigração, chamada de Colônia Silveira Martins à partir do ano de 1879. A ideia embrionária da criação de uma colônia de imigração na região foi um pedido ao governo imperial da Câmara de Vereadores da Cidade de Santa Maria da Boca do Monte, hoje Santa Maria, para a concessão e a demarcação de terras devolutas que deveriam serem anexadas ao patrimônio desta cidade.

Dessa forma constituiu-se a Quarta Colônia Imperial de Imigração Italiana, que foi denominada Colônia Silveira Martins, composta pelas áreas dos hoje Municípios de Silveira Martins, Faxinal do Soturno, Ivorá, São João do Polêsine, Nova Palma, Pinhal Grande e Nova Palma. As cidades de Agudo e Restinga Seca, embora hoje façam parte da Região da Quarta Colônia, não tiveram a sua colonização majoritariamente feita por imigrantes italianos. Antes da chegada dos colonos italianos e se tornar a Colônia Silveira Martins, o Núcleo Colonial de Santa Maria da Boca do Monte recebeu imigrantes russo-alemães, quando chegaram pessoas vindos da cidade de Saratow, na Rússia, no ano de 1877. Após o fracasso e a desistência destas etnias em ocupar as terras da Colônia é que a mesma foi destinada à imigração italiana.

Entre os meses de maio e julho de 1878, em razão do grande número de pessoas e das péssimas condições de higiene do local, uma grande epidemia infecto=contagiosa eclodiu entre a população ali instalada. As mortes já se sucediam em ritmo intenso e rápido. Os enterros eram feitos com o corpo envolto em lençóis, e quase todas as famílias foram atingidas. Acredita-se que tenham morrido no local, em poucas semanas, entre 300 e 500 imigrantes. A primeira leva de imigrantes italianos chegou a colônia de Silveira Martins por volta da primavera de 1877. O local que os abrigava foi denominado de Barracão de Val de Buia. Com a demora da demarcação de terras, outras famílias foram chegando e ali se estabelecendo, e logo o barracão já abrigava mais de 1000 imigrantes, em condições precárias, que esperavam a demarcação e a distribuição de suas terras.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

O Antigo Coreto da Praça da Cidade de São Vicente do Sul


O Antigo Coreto da Praça da Cidade de São Vicente do Sul. No vídeo aparece o Coreto da Praça Central Borges de Medeiros, construído no centro geográfico da mesma, na Cidade de São Vicente do Sul, região central do Estado do Rio Grande do Sul. O Coreto da praça foi concebido na gestão do Intendente Municipal Armando Vitorino Prates, integrante do PRR - Partido Republicano Riograndense, e foi erguido em homenagem aos cem anos da independência do Brasil, ocorrido no ano de 1922.

Armando Vitorino Prates era advogado formado na Escola Livre de Direito da cidade de Ouro Preto em MG e amigo e correligionário de influentes políticos da época, entre eles Flores da Cunha, Osvaldo Aranha e de Getúlio Vargas de quem era, inclusive, o seu advogado em diversas questões locais e regionais. O Coreto da Praça representa o principal cartão postal da Cidade de São Vicente do Sul. Em sua construção prevalecem elementos dos estilos neoclássico que resgata características da arquitetura greco-romana e também com elementos do movimento artnoveau, um estilo estético de origem francesa que se apresenta por formas e estruturas naturais e menos tradicionais.

O Banco Nacional do Comércio de Porto Alegre já existia em 1900, e sua nova sede onde hoje se encontra o Santander Cultural foi construída entre 1927 e 1932, o que contrasta com a informação de que o Coreto teria sido construído após a finalização desta obra. A História ainda diz que os materiais utilizados em sua construção foram importados da Europa. Além de um marco histórico, o Coreto de São Vicente do Sul foi concebido para ser uma fonte e um reservatório de água para os moradores da região central da cidade. Sua construção teria sido executada por um mestre de obras de origem italiana que teria trabalhado na construção da sede do Banco Nacional do Comércio, em Porto Alegre. Esta informação, no entanto, não foi possível de ser confirmada.