segunda-feira, 29 de novembro de 2021

A Casa Antiga na Cidade de São Pedro do Sul


Casa Antiga com traços da arquitetura portuguesa no centro da cidade de São Pedro do Sul, na região central do Estado do Rio Grande do Sul. Pelos Tratado de Madri e o de Santo Idelfonso, assinados em 1750 e 1777, desde esta época o Território de São Pedro do Sul pertencia, respectivamente, a Portugal e ao Brasil. No entanto, eram os espanhóis que dominavam toda a região, estabelecidos no acantonamento de São Martinho, atual Município vizinho de São Martinho da Serra.

No ano de 1801, os militares imperiais Manoel dos Santos Pedroso, José Borges do Canto e Ribeiro de Almeida, expulsaram os Espanhóis de toda a região das Missões Orientais, reintegrando toda a região do Rio Grande ao domínio português. A partir dos anos de 1875, colonos alemães e italianos, principalmente, passaram a se estabelecer na região. A missigenação destas culturas com os antigos moradores do local faz parte da formação etnografica do povo São Pedrense nos dias atuais.

São Pedro do Sul pertencia à freguesia de Santa Maria da Boca do Monte, e era conhecido, nesta época, como Rincão de São Pedro. As influências históricas desta época ainda podem ser vistas pela cidade. O Município com o nome atual originou-se pelo Decreto-Lei Estadual nº 720, de 29 de dezembro de 1944. Como curiosidade, seu nome é homônimo da cidade de São Pedro do Sul, do Distrito de Viseu, situada na província da Beira Alta, região do Centro e sub-região do Dão-Lafões, em Portugal. A casa vista neste vídeo é típica das múltiplas influências culturais que a cidade abriga. Embora a sua construção seja mais recente, das primeiras décadas do século XX, retrata com galhardia as múltiplas facetas que se fundiram na cidade de São Pedro do Sul.


segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Lugares Abandonados - A Antiga Estação Férrea de Jacui


Lugares Abandonados - A Antiga Estação Férrea de Jacui. Antiga Estação Ferroviária na localidade de Jacui, interior do Município de Restinga Seca, no RS, construída no ano de 1885 pela Companhia Estatal E. F. Porto Alegre-Uruguaiana, para explorar a Estrada de Ferro Porto Alegre-Uruguaiana. Em 1897 realizou-se uma concorrência pública para o arrendamento desta Estrada de Ferro. Foi vencedor Afonso Spee, que representava a empresa belga da Société Générale pour Favoriser l’Industrie Nationale, com sede sede em Bruxelas, uma empresa que atuava no ramo ferroviário na Europa e que criou a Compagnie Auxiliaire de Chemins de Fer au Brésil para atuar no RS.

Através do Decreto n. 2.884, de 24 de abril de 1898, a Compagnie Auxiliaire des Chemins de Fer au Brésil istalou-se no Brasil, e em 06/1898 passou a explorar a ferrovia e a estação de Jacui. Contava com um capital de 4,5 milhões de francos, e entre seus acionista um brasileiro, o engenheiro João Teixeira Soares, que era o seu administrador no pais. Finalmente, a partir do ano de 1920, o governo do Estado do RS decidiu assumir a ferrovia rio-grandense. Borges de Medeiros, o Governador do Estado nesta época, associado à bancada gaúcha no Congresso, convenceram o Governo Federal a aprovar a estatização da Auxiliaire, com a consequente criação da Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS), agora sob controle do governo do RS.

A estação foi administrada pela companhia Belga até o ano de 1911, quando, em razão do maior número de títulos, a Brazil Railway Company de Farquhar, que era controlada pelo megaempresário norteamericano Percival Farquhar, comprou a antiga empresa e passou a administrar toda a concessão e operações da Compagnie Auxiliaire no RS. O primeiro diretor presidente da VFRGS foi o Eng. Augusto Pestana, um crítico ferrenho do modelo de concessões a grupos privados estrangeiros até então vigente no País. Seu modelo de gestão, investimento e planejamento assegurou o bom funcionamento do transporte ferroviário gaúcho até sua absorção pela Rede Ferroviária Federal (RFFSA) em 1959.

Em regra, o agente de uma estação era também o operador de telégrafo, usado na comunicação entre estações para reportar chegadas e partidas, problemas, para receber e enviar notícias de um lugar a outro. As linhas de telégrafo seguiam junto com as ferrovias, atendendo a operação de trens e proporcionando um avanço nas comunicações das cidades onde chegavam. A estação de Jacuí teve a sua maior importância no início de suas atividades quando, além de ter proporcionado o surgimento do “povoado-estação", com a instalação de armazéns e depósitos agrícolas que atuavam no escoamento da produção da localidade, ali que se instalaram também as oficinas telegráficas da ferrovia e também um depósito de locomotivas, entre os anos de 1920-1930.

A Estação de Jacui era também uma estação de parada de reabastecimento de água, algo fundamental para as locomotivas a vapor. Quase todas as estações tinham uma caixa sobre torre de tijolos ou ferro e algumas tinham uma bomba d'água sobre poço ao lado da linha férrea. Nesta estação, a caixa dágua era de ferro fundido, e ainda encontra-se em pé e preservada, conforme pode-se ver no início do vídeo. As caixas, no Brasil, seguiram o modelo inglês ou belga, de aço e retangulares, e algumas foram feitas com o modelo americano, de madeira ou aço em forma de cilindro. Poucas caixas d'água foram preservadas ao longo das linhas, pois, com a mudança do sistema a vapor para diesel ou eletricidade, perderam a sua função original e, em sua grande maioria, foram demolidas.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

A Beleza da Fachada da Brigada Niederauer


A Beleza da Fachada da Brigada Niederauer. No vídeo mostramos a fachada e as laterais do Prédio que abriga a 6° Brigada de Infantaria Blindada, também conhecida como Brigada Niederauer, na cidade de Santa Maria - RS. A Brigada Niederauer corresponde a uma das Brigadas do Exército Brasileiro, e é subordinada à 3ª Divisão de Exército, Seu nome histórico faz referência ao Coronel João Niederauer Sobrinho.
Corresponde a uma Grande Unidade com grande poder de fogo, função de suas quatro peças de manobra valor Unidade (dois Batalhões de Infantaria Blindados e dois Regimentos de Carros de Combate). Concentra em Santa Maria 11 de suas 14 organizações militares orgânicas. O Quartel-General que abriga a 6ª Brigada de Infantaria Blindada, foi inaugurado no dia 21 de abril de 1913. Foi elaborado pela Comissão Construtora de Quartéis, sob direção do engenheiro militar coronel Augusto Maria Sisson.

A construção do prédio foi comandada pelo engenheiro militar Oscar Barcellos. como não havia infraestrutura na cidade à época, mandou-se construir um açude, e arrendou-se uma olaria, fornos e máquinas para a construção. E ramais ferroviários ligaram a obra à Viação Férrea e à olaria. O edifício principal é composto por elementos que orientam o estilo quanto à finalidade e que o identificam como construção militar. A solução simétrica enfatiza o centro de equilíbrio, onde há dois pavimentos, tendo no superior as salas do comando.

Em 22/12/1971, foi criada a 6ª Brigada de Infantaria Blindada, por transformação da ID/6, com a transferência de sede para a cidade de SANTA MARIA – RS. Em 22/12/1987 a Brigada transferiu o seu Quartel General para a centenária edificação onde permanece desde então. A origem da 6ª Bda Inf Bld se deu em 29 de janeiro de 1949, com a criação da 6ª Divisão de Infantaria, sediada em Porto Alegre - RS. Em 12 de dezembro de 1952, foi transformada em Comando da Infantaria Divisionária da 6ª DI (Cmdo ID/6). O Seu primeiro Comandante foi o Gen Bda MÁRIO PERDIGÃO.
Niederauer lutou na Guerra da Tríplice Aliança, comandando a 3ª Brigada de Cavalaria Imperial. Foi agraciado com as mais importantes condecorações do Império: a Ordem da Rosa, por bravura no campo de batalha, após a Batalha de Tuiuti; e a Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul, também por bravura, em 2 de abril de 1868. O Patrono da 6ª Bda Inf Bld é o Coronel João Niederauer Sobrinho. Niederauer nasceu em 4 de abril de 1827, na colônia alemã de Três Forquilhas, na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, hoje Estado do Rio Grande do Sul, e era filho dos imigrantes alemães.
Niederauer foi mortalmente ferido por um lançaço quando coordenava o recolhimento dos mortos e feridos, após a Batalha do Avaí em 11 de dezembro de 1868. Morreu dois dias depois, no Hospital de Villeta, e foi enterrado em território paraguaio.