terça-feira, 12 de janeiro de 2021

O Forte Militar Imperial Dom Pedro II de Caçapava do Sul



Ruínas do Forte Imperial Dom Pedro II, construídas na Cidade de Caçapava do Sul a partir dos anos de 1848-50, na região da Campanha do Estado do Rio Grande do Sul. Embora a construção do forte tenha iniciado entre os anos de 1848-50, a obra nunca foi concluída, tendo sido abandonada no ano de 1856 por não haver mais o risco iminente de uma invasão estrangeira. O Forte Imperial Dom Pedro II teve a sua construção concebida como uma fortificação militar em razão da iminência de uma Guerra contra Oribe e Rosas, o Presidente uruguaio Manuel Oribe, que era apoiado pelo argentino Juan Manuel Ortiz Rosas.

Na visão dos diplomatas brasileiros da época, o Argentino Juan Manuel Ortiz Rosas tinha como seu projeto político reconstruir o antigo Vice-Reinado do Prata, formado pelos territórios da Argentina, do Uruguai e do Paraguai. Em razão dos desdobramentos destas forças políticas, os territórios da Província do Rio Grande Sul eram frequentemente invadidos por integrantes dos comandados do Presidente uruguaio Manuel Oribe, que vivia uma guerra civil em seu país, denominada de Guerra Grande, entre os anos de 1843-52. Estes eventos motivaram a construção do Forte Dom Pedro II.

Em ofício ao Ministro da Guerra, o então Presidente da Província do Rio Grande do Sul, o Marechal Francisco José de Souza Soares de Andréa justifica a necessidade da fortificação militar: "(...) vencido o Paraguay [pela Argentina], nenhuma dificuldade terá Rosas em nos cair em cima com trinta ou quarenta mil homens, e então serão bem empregadas essas guarnições e bem empregada a despesa que se tiver feito em levantar fortificações". O Forte foi construído no lado Norte da Cidade de Caçapava do Sul, em terreno de Joaquim Lourenço de Brito, adquirido deste pelo Exército do Império em 07 de janeiro do ano de 1851. À partir do ano de 1850, na gestão da Presidência do RS de José Antônio Pimenta Bueno - Barão de São Vicente, o forte passou a ser efetivamente construído com um novo projeto, uma vez que o projeto original do forte foi considerado superdimensionado.

Em Julho de 1850, o Engenheiro Militar Capitão José Maria Pereira de Campos elaborou um novo projeto para a construção do Forte Dom Pedro II. O projeto apresentava uma planta em formato poligonal hexagonal, com baluartes pentagonais nos vértices, construído em pedra bruta e muralhas de 7,75m. A partir do ano de 1904 o forte foi requisitado pelo Ministério da Fazenda e passou a ser ocupado pela Intendência Municipal de Caçapava do Sul. A partir do ano de 1919 foi ocupado pelo Tiro de Guerra Municipal. Mais tarde, passou a ser palco das feiras da Cidade, e chegou a abrigar os galpões da Associação Rural do Município em meados dos anos de 1950.

As obras do Forte Dom Pedro II foram encerradas no mês de dezembro do ano de 1856, ficando por concluir o último baluarte e o último pano de muralha. Embora a sua construção nunca tenha sido terminada e nem suas muralhas guarnecidas, o Forte de Caçapava representa a única fortificação remanescente do tempo do Império no Estado do Rio Grande do Sul. O Forte de Caçapava do Sul tem estrutura alvenaria preenchida de pedras em formato de polígono hexagonal provenientes da região, e utilizou-se de mão de obra escrava na sua construção. Tem área interna de 19.000 metros quadrados e é capaz de abrigar 20.000 pessoas em seu interior. O Forte Dom Pedro II, também conhecido como o Forte de Caçapava, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional no ano de 1938. Corresponde ao único imóvel tombado pelo referido instituto na Cidade.

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