Casa que pertenceu a José Pinheiro de Ulhoa Cintra, conhecida como a Casa dos Ministérios ou a Casa de Reuniões dos Farrapos, localizada no Centro Histórico da Cidade de Caçapava do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul. Foi construída em algum momento entre os anos de 1800 a 1839. Neste ano já estava construída, pois foi sede de diversos ministérios da República Rio-Grandense ou República do Piratini, onde os comandantes da Revolução Farroupilha realizavam as suas reuniões e deliberações.
A construção representa com clareza a arquitetura Colonial Luso-Brasileira da primeira década do século XVIII. Foi construída na esquina sobre o alinhamento dos passeios públicos, em planta retangular. Possui cobertura em quatro águas, telha capa-e-canal, telhado galbado com beiral e cimalha, e aberturas com verga em arco abatido e cercadura. O acesso à construção se dá pela rua, através de grandes portas de madeira com escadas que chegam à calçada. Na fachada externa ainda aparecem elementos de decoração e o brasão supostamente da Família Cintra, gravado em alto relevo entre as janelas.
Nesta casa também funcionou a tipografia e as instalações do jornal O POVO, redigido pelo revolucionário italiano Luigi Rossetti com a colaboração de Domingos José de Almeida, e que era intitulado como o jornal político, literário e ministerial da República Rio Grandense. No dia 09 de janeiro de 1839, em plena realização da Revolução Farroupilha, os revolucionários farrapos transferiram a Capital da República Rio Grandense da Cidade de Piratini para a Cidade de Caçapava do Sul, em busca de maior segurança militar para o alto comando revolucionário.
Após o fim da Revolução farroupilha em 1845, a casa tornou-se residência do ex-ministro Ulhoa Cintra e sua família, que mais tarde exerceu os cargos de subdelegado de polícia, Juiz Municipal e 1º suplente de Juiz de Órfãos, em Caçapava do Sul, onde, também, elegeu-se vereador. Voltou a ocupar a cadeira de deputado provincial nas legislaturas de 1848/49 a 1854/55, e de 1863/66. Desta casa saíram importantes decisões das ações farroupilhas, como a ordem de invadir a Cidade de Laguna e onde Giuseppe Garibaldi decidiu pela construção dos lanchões com os quais os farrapos seguiram para SC através da Lagoa dos Patos, fundando neste estado a República Juliana.
Entre os anos de 1902 a 1908 a casa foi sede do Clube União Caçapavana, e na década de 1950, do Clube 14 de Júlio, também conhecido como o Clube dos Morenos. Na década de 1930 a casa teria sido reformada por Percival Antunes, que a adquiriu e restaurou, preservando os seus aspectos originais. Em 1970 teria abrigado a sede do Museu Lanceiros do Sul. Atualmente encontra-se à venda e parcialmente arruinada e comprometida.
Entre os anos de 1902 a 1908 a casa foi sede do Clube União Caçapavana, e na década de 1950, do Clube 14 de Júlio, também conhecido como o Clube dos Morenos. Na década de 1930 a casa teria sido reformada por Percival Antunes, que a adquiriu e restaurou, preservando seus aspectos originais.
A Casa dos Ministérios foi tombada pelo IPHAE - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul através da Portaria 05/94 de 24.02.94, em razão de sua relevância histórica em relação à Revolução Farroupilha, ocorrida no Estado entre os anos de 1835 a 1945. O tombamento, no entanto, não garantiu a sua plena preservação histórica e arquitetônica.
Desde o ano de 2018 existe um projeto de preservação e transformação do local, desenvolvido pelo Instituto Cavaleiros Farroupilhas da Cidade de Eldorado do Sul, em conjunto com a H&S arquitetos associados para a realização de uma intervenção cultural na Casa dos Ministérios de Caçapava do Sul. O projeto envolve a compra do Imóvel dos atuais proprietários e a transformação do local em um espaço cultural. Detalhes do projeto e da fachada encontram-se no final deste vídeo, e também nos links da descrição. O projeto, no entanto, encontra dificuldades de execução físico-financeira e de interesse político, como qualquer outro projeto cultural desenvolvido no país.
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