segunda-feira, 25 de julho de 2022

A ANTIGA ESTAÇÃO FÉRREA DA CIDADE DE CACEQUI


Prédio da antiga estação ferroviária da cidade de Cacequi, na região central do Estado do Rio Grande do Sul, fundada no ano de 1890 pela Empresa Federal Porto Alegre-Uruguaiana, que explorou o trecho até o ano de 1898. A estação de Cacequi ligava-se à Santo Amaro (Amarópolis), atual distrito da Cidade de General Câmara através do tronco de Cachoeira (Cachoeira do Sul). Para se ir de Santo Amaro a Porto Alegre, nesta época, utilizava-se a navegação fluvial através do rio Jacuí.

No ano de 1898 a linha da estação de Cacequi foi encampada pela Cie. Auxilaire, empresa belga que estabeleceu suas oficinas e escritórios na Cidade de Santa Maria. No ano de 1905 passou a ser a linha-tronco da VFRGS. Os trilhos atingiram a Cidade de Uruguaiana na fronteira com a Argentina no ano de 1911. O seu nome se originou em razão do rio Cacequi,que passa próximo da estação, que era um importante entroncamento ferroviário no início do século. trens saíam para as cidade de Bagé, Rio Grande e Livramento. A estação foi tombada como patrimônio municipal no ano de 2003.

Até o ano de 1801, todo o território do atual Município de Cacequi estava sob o domínio dos padres jesuítas espanhóis, uma vez que a região pertencia à Coroa Espanhola. A região tornou-se território português à partir do Tratado de Madri e, mais tarde, pelo Tratado de Concessões Recíprocas assinado entre os países de Espanha e Portugal. Para manter a posse das terras e garantir a ocupação dos territórios de fronteira, Portugal passou a doar terras por concessão de sesmarias, como estratégia política e militar de povoamento regional. Joaquim José Domingues obteve as terras da fazenda Santa Vitória em 14 de junho de 1816, tendo sido o primeiro morador conhecido do hoje Município de Cacequi.

Em 1913, o núcleo urbano da cidade de Cacequi que desenvolveu-se ao redor da estação ferroviária tinha 50 casas e contava com 200 habitantes e iluminação à querosene. Pode-se afirmar que a sede do atual Município surgiu à partir da construção da antiga estação ferroviária. Com a criação da fazenda surgem as primeiras casas de comércio, capela, farmácia e outros estabelecimentos. O atual núcleo urbano da cidade de Cacequi surge à partir da construção da antiga estação, em 1890. Antônio Luis da Fonseca foi o seu primeiro morador, pois era o concessionário do restaurante existente na antiga estação de trens.

Cacequi é palavra indígena que significa "água do cacique" ou "rio do cacequi". O atual Município é uma terra entre rios, pois seu território é banhado pelos rios Santa Maria, rio Ibicuí e rio Cacequi. A cidade é conhecida como a capital da melancia e também como a terra dos trovadores. A cidade abrigou também a sede da Cooperativa dos Funcionários da Viação Férrea do Rio Grande do Sul, posteriormente RFFSA ( Rede Ferroviária Federal/SA), prédio que oi restaurado e serve como sede de entidades públicas locais. A cooperativa, a exemplo do que ocorria em outras cidades, disponibilizava serviços como farmácias e supermercados aos seus associados. No vídeo aparece também o prédio da antiga farmácia dos ferroviários da cidade.

Cacequi tornou-se Município em dezembro de 1994, sendo nomeado o primeiro prefeito o Sr. Roberto Ranqueta Guimarães. Seus territórios pertenceram antes aos Municípios de Rio Pardo, São Vicente do Sul e São Gabriel. Segundo a atual divisão administrativa, Cacequi é composto do Distrito-sede (Cacequi), e dos Distritos de Saicã e Umbu.

segunda-feira, 18 de julho de 2022

A Antiga Casa Bancária e a Igreja da Cidade de Jaguari RS


Igreja Matriz da Cidade de Jaguari, localizada na Praça Osvaldo Aranha bem no centro do Município e consagrada a Nossa Senhora da Conceição. O prédio todo ele construído em estilo barroco missioneiro foi erguido entre os anos de 1893 e 1907. A origem do Município advém de uma redução jesuítica instalada em 1632 pelos padres Romero, Luiz Ernot e Manuel Bertot que fundaram, na margem direita do Rio Jaguari, a primeira redução da Província de Tape, de Índios Guaranis, denominada de São Tomé. Em 1887 instalaram-se os primeiros colonizadores que iniciaram a construção da Colônia de Jaguari.

A forte religiosidade trazida por esses colonizadores e os que vieram na sequência deram fôlego na construção do templo. Em 1890, dia de páscoa, o Padre D. Otávio Cattaneo rezou a primeira missa no local. As obras da igreja iniciaram-se no ano de 1893 e o templo somente foi considerado concluído no ano de 1907. Em 1920 Jaguari se torna Município, desmembrando-se da cidade vizinha de São Vicente do Sul. E no ano de 1927 foi instalado em uma das torres da Igreja um grande relógio que ainda hoje encontra-se em perfeito funcionamento. Ao final do vídeo uma foto mostra as peças do relógio antes de sua instalação final na torre.

Em 1889 foi criado o Curato de Jaguari, comandado pelo cura Pe. Otávio Cattaneo. No ano de 1915, já com o templo finalizado, o bispo de Santa Maria Dom Miguel de Lima Valverde, elevou o curato de Jaguari à Paróquia da Imaculada Conceição. O primeiro Pároco da cidade foi o Frei Fidelis Della Motte Servolex. O Solar em amarelo na esquina que aparece no vídeo é um típico prédio em estilo eclético que traz as características da influência da imigração européia na cidade, contrastando com a arquitetura da Igreja Matriz que segue um estilo barroco fortemente influenciado pelas antigas construções missioneiras que existem na região.

A arquitetura da cidade de Jaguari recebeu influência direta dos seus primeiros colonizadores de orígem missioneira e espanhola e que permaneceu na região após a saída dos jesuítas do território. Mesclou-se depois com as influência das orígens dos imigrantes europeus que chegavam da Itália, Húngria, Polônia, Alemanha e Russia. O prédio foi a sede de uma antiga casa bancária durante as primeiras décadas do século XX, do Banco Nacional do Comércio ou do Banco da Província do RS, bancos que se fundiram no ano de 1972 criando o já extinto Banco SulBrasileiro, incorporado pelo Banco Medirional e que, por sua vez, foi incorporado ao Banco Santander. O prédio, no entanto, hoje é de propriedade particular e não pertence mais ao patrimônio dos referidos bancos.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Canal Arquitetura Abandonada Agradecimento aos 1000 Inscritos


O Canal Arquitetura Abandonada Agradece a conquista dos primeiros 1000 Inscritos. O nosso muito obrigado a estes primeiros 1000 inscritos do Canal, um número significativo e que não pensamos alcançar inicialmente, em razão do tema se tratar - em nosso pensamento - de algo bastante impopular. Afinal, em todos os lugares que passamos encontramos lugares abandonados. Isso, por si mesmo, nos remeteu a um estado de incompreensão que não era correto na sua forma de pensamento original. Acreditávamos que os lugares que visitaríamos estavam assim por desleixo, por questões de desprezo pelo antigo, e pela incompreensão alheia sobre o real valor do patrimônio histórico.

No entanto, ao longo dessa breve caminhada, descobrimos que aquilo que leva ao abandono destas antigas propriedades e construções, em muito da maioria das vezes, não é a incompreensão de sua importância história, mas sim a uma gama enorme de circunstâncias que são únicas para cada evento. Ou seja, cada história esconde uma "estória" e um motivo único em si mesmo. Logicamente algumas ocorrências são comuns: as dificuldades materiais, o descaso e apoio das autoridades locais e regionais, o desconhecimento e a inconsciência da história coletiva de um povo. No entanto, o que mais nos fascinou foi ter descoberto que muitas pessoas compartilham desse nosso sentimento, do mesmo desejo que nos impulsionou inicialmente: de conhecer e redescobrir a história, de querer saber mais destas construções antigas, quem foram àqueles que as construíram e porquê. E Assim foi construído este Canal: para que se possa contar e recuperar um pedacinho que seja de uma história que se apaga no tempo.

Por esta razão é que cada palavra compartilhada nos comentários dos vídeos, feitas por pessoas distintas e de todos os lugares desse Brasil imenso é uma preciosidade. E cada fragmento de memória que conseguimos resgatar nesse quebra-cabeças de peças infinitas torna-se o grande pagamento de algo que sequer um dia pensamos em receber. A você nosso grande amigo e amiga, a você que um dia tenha assistido a um de nossos vídeos, tendo gostado dele ou não, o nosso sincero agradecimento. Agradecimento por termos atingido esta marca tão pequena diante de um universo tão grande e criativo que é esta plataforma, mas que se torna imensa nos objetivos a que nos propusemos conquistar.

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Explorando a Casa Abandonada Tomada pela Vegetação na Cidade de Dilerman...


Explorando a Casa Abandonada Tomada pela Vegetação em Dilermando de Aguiar. Casa Abandonada na Cidade de Dilermando de Aguiar, na região central do Estado do Rio Grande do Sul, localizada no largo da antiga estação ferroviária do Município. A casa está localizada na área que abrigou a antiga estação de trens de passageiros de Dilermando de Aguiar que hoje encontra-se desativada. A área onde localiza-se esta casa ainda sustenta as construções mais antigas do Município de pouco mais de 3.000 habitantes.

O Município teve seu maior ciclo de desenvolvimento quando funcionava na região algumas das oficinas da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. O nome do Município é homenagem ao engenheiro que construiu a antiga estação férrea, inaugurada em 23 de dezembro de 1890. A região foi inicialmente explorada por espanhóis, que ocuparam a região no século passado. Somente à partir de 1801 é que os portugueses se estabeleceram no local. Por volta de 1885 o Tenente Coronel José da Rocha Vieira inicia o povoamento do local, construindo duas casas; uma moradia e um hotel ao largo da estrada de ferro.

A Cidade de Dilermando de Aguiar recebeu status de Município no ano de 1995, com território desmembrado da Cidade de Santa Maria. A gênese de sua formação traz a fusão Hispano-Portuguesa, juntamente com os indígenas e imigrantes europeus, principalmente de origem italiana. A casa em tela não deve ter sido construída antes da metade do século XX, provavelmente entre as décadas de 1950 e 1960. Não foi possível levantar maiores informações sobre o local. Deixamos aqui o registro histórico e visual deste lugar esquecido no tempo.