segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

O Antigo Pré-Seminário São José de Faxinal do Soturno no RS


Antigo prédio que abrigou o Pré Seminário São José, que pertenceu à congregação dos Padres e Irmãs Palotinos, localizado no centro da cidade de Faxinal do Soturno, interior do estado do Rio Grande do Sul. O prédio foi construído nas décadas de 1930/40 tendo como primeiro reitor o Padre Fioravante Trevisan. Os primeiros padres palotinos chegaram ao Brasil em 24 de julho de 1886 e chamavam-se Guilherme Whitmee, José Bannin, Jacó Pfändler e Francisco Xavier Schuster.
A região foi o berço da congregação dos palotinos no Brasil. Após a sua chegada, passaram a atender a Colônia Santo Ângelo (Agudo), Tabuão de Cachoeira (Paraíso do Sul), Rincão do Vacacaí, Cortado, Formoso, Restinga Seca, Arroio do Só, São João do Polêsine, Faxinal do Soturno, Nova Palma, Núcleo Norte (hoje Ivorá), entre outras colônias da região. Os palotinos são devotos de São Vicente Pallotti, que nasceu no dia 21 de abril de 1795, em Roma, antiga capital do Império Romano e Centro Universal do catolicismo. Seus pais eram Pedro Paulo Pallotti e Maria Madalena Rossi. Vicente Pallotti foi ordenado sacerdote no dia 16 de maio de 1818, na Basílica São João do Latrão, em Roma.
Vicente Palotti quis, primeiro, entrar na Ordem dos Capuchinhos, mas sua constituição física débil o impediu. Recebeu uma formação aprimorada nas ciências humanas, na filosofia e na teologia. Coroou sua formação acadêmica com o doutorado em filosofia e em teologia. Durante um decênio, de acordo com seus títulos de doutorado, dedicou-se à vida acadêmica, como professor na Universidade Sapienza de Roma. O prédio é atualmente ocupado pela Prefeitura Municipal que mantém nele diversas secretarias e unidades de atendimento ao público externo e à comunidade local. Anexo ao prédio está instalado o Museu Fotográfico Irmão Ademar da Rocha.
O Museu Fotográfico possui um acervo de aproximadamente 3.500 fotografias que retratam, desde a década de 1920 até os tempos atuais, a trajetória e os costumes dos imigrantes que povoaram e construíram a cidade de Faxinal do Soturno. O Irmão Ademar foi um Irmão leigo palotino, educador e catequista e um dos pioneiros da divulgação do cinema na Região.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

As Casas Antigas e a Arquitetura de Ernesto Alves no RS


Casas Antigas do Distrito de Ernesto Alves, interior do Município de Santiago, na Região Central do Estado do Rio Grande do Sul. O Distrito foi constituído em 1890 para receber imigrantes europeus, principalmente os de nacionalidade italiana. Também recebeu levas de imigrantes alemães, austríacos, húngaros e poloneses. Casas Antigas do Distrito de Ernesto Alves, interior do Município de Santiago, na Região Central do Estado do Rio Grande do Sul. O Distrito foi constituído em 1890 para receber imigrantes europeus, principalmente os de nacionalidade italiana. Também recebeu levas de imigrantes alemães, austríacos, húngaros e poloneses. O distrito de Ernesto Alves recebeu as primeiras levas de imigrantes pelos idos de 1890, e foi anexado ao município de Santiago do Boqueirão em 1910. Hoje é um dos três distritos deste Município gaúcho e um importante pólo turístico-regional e cultural.

O nome da localidade de Ernesto Alves é homenagem a um expoente político, jornalista e advogado gaúcho natural da cidade de Rio Pardo, e defensor do ideal republicano e membro do Partido Republicano Riograndense. Foi deputado federal, diretor de jornais e inspetor geral da Instrução Pública no Rio Grande do Sul e deputado Constituinte de 1891. Marcado pela colonização italiana, o local abriga o Memorial do Imigrante, que conta com acervo de mobiliário antigo, fotos e 20 painéis relatando um tanto da história de Ernesto Alves e de outras famílias de origem italiana que cresceram em Santiago. A casa onde está abrigado o Memorial pertenceu à família Minozzo. A história dessa família faz parte de um dos quase 20 painéis ilustrados do memorial.

Banhado pela águas do Rio Rosário, Ernesto Alves oferece um balneário público e é sede de diversos eventos onde se pode praticar desde escotismo, trilhas, treeking, trilhas, slackline, corridas, crosscountry, rapel e outras aventuras em meio à natureza exuberante que cerca o lugar. O Memorial Prof. Cleo Bonottto que aparece no início do vídeo é homenagem ao professor universitário Cléo Adriano Sabadi Bonotto, prematuramente falecido, que era natural do lugar e muito querido pelos que o conheceram. Um lugar de memória e de histórias...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

A Casa Abandonada e os Móveis Antigos


A Casa Abandonada e os Móveis Antigos. Casa antiga no Município de Dilermando de Aguiar, região central do Estado do RS. Correspondia a um antigo "bolicho", um pequeno armazém ou mini-mercado nos dias atuais, e atendia a população interiorana residente no Município, devido à sua localização estratégica. O prédio ocupa uma posição estratégica, na saída de diversas localidades do interior do Município, e teria pertencido a família Dib, ou Dibb. Esta informação, no entanto, não pôde ser confirmada. Embora a casa esteja abandonada, a propriedade é privada e encontra-se dentro de área produtiva e povoada.

A Formação histórica do Município provém de propriedades originárias de antigas sesmarias, dentre as quais, Antônio da Costa Pavão, em 1806, e, José Maria da Gama Lobo D"eça, em 1821, cujos nomes ficaram assinalados com a denominação de Colônia Pavão e Picada do Gama. O nome do Município é homenagem a um engenheiro da rede ferroviária, que foi o percurssor do maior entroncamento ferroviário para o extremo sul do Brasil, Dr. Dilermando de Aguiar, empresa onde chegou a ser Diretor de Rede.

Espanhóis, da região Basca, foram os primeiros colonizadores da região, habitada antes pelos índios Guaranis. Os portuguêses chegaram por volta de 1885, quando o Tenente Coronel José da Rocha Vieira inicia o povoamento do local, que foi inicialmente chamado de Estação São Pedro. Dilermando de Aguiar teve seu maior desenvolvimento quando do funcionamento da Rede Ferroviária, onde era importante estação de parada de locomotivas e ponto estratégico da linha que chegava a cidade de Uruguaiana. Hoje a sua economia é centrada nas atividades de agricultura e pecuária.

Em dezembro de 1890 é inaugurada a Estação Ferroviária que impulsiona o desenvolvimento local. Em 1919 a vila cresce em importância, quando se torna ponto inicial de um novo Ramal Ferroviário, ligando Santa Maria à região da fronteira do RS. No entanto, a localidade alcança a emancipação política apenas no ano de 1995.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

A PONTE FÉRREA DA PARADA SILVIO FILIPE NA CIDADE DE RESTINGA SECA NO RS


Vídeo gravado na localidade de "Parada Silvio Filipe", à beira do Rio Jacui, no Município de Restinga Seca, no RS. A Ponte Férrea que aparece no video neste momento corresponde à ponte férrea sobre o Rio Jacui, pertencente ao trecho da antiga ferrovia Porto Alegre - Uruguaiana. A localidade de Parada Filipe corresponde a um pequeno povoado formado por algumas residências de férias, que se originou em razão da presença de antigos ferroviários, ligados à associação dos Ferroviários do Estado, e que provavelmente trabalhavam na antiga estação da localifdade de Jacuí, distante 1,5 Km do local.

O Local era muito frequentado no passado, entre as décadas de 1950 a 1970, durante o período de verão, principalmente por ferroviários e suas famílias. Os visitantes desembarcavam na estação Jacuí, proximo dali, e seguiam 1,5 km até a colônia de férias, caminhando sobre os trilhos até o pequeno povoado. Com o tempo, ao lado da ponte ferroviária, fois construída a Parada Silvio Filipe para que os visitantes do lugar pudessem embarcar e desembarcar dos trens já na colônia de férias. Não foi possível determinar a data de sua construção e nem a data da fundação do povoado. Apenas trens com pequeno número de vagões paravam no local, em razão da proximidade existente da ponte férrea.

A Ponte Férrea que cruza o Rio Jacui, na divisa dos Municípios de Cachoeira do Sul e Restinga Seca foi construída em 1885, no trecho Cachoeira - Santa Maria, da antiga ferrovia Porto Alegre - Uruguaiana. A mesma foi remodelada na década de 1990. Ao seu lado é possível ver as pilastras da ponte original. O Grupo de macacos que aparecem no vídeo são Bugios, aqui chamados de bugios vermelhos ou bugios ruivos, nativos do lugar. São encontrados em todo o território brasileiro e são conhecidos também pelos nomes de macacos guaribas ou macacos barbados.
No Rio Grande do Sul, o gaiteiro (acordeonista) Wenceslau da Silva Gomes, Neneca Gomes, em1928, na região de São Francisco de Assis, inspirado no ronco dos bugios, criou um ritmo musical que foi denominado de bugio, imitando no jogo de foles do acordeon o ronco deste primata. O ritmo musical do Bugio é reconhecido como o único ritmo autenticamente gaúcho dentro do universo da música regional do estado do RS. Os bugios vivem em grupos familiares, geralmente de 3 a 15 indivíduos, e são sempre liderados por um macho. Neste grupo haviam, pelo menos, dez indivíduos. E se alimmentam basicamente de folhas e de frutos, como pode-se ver nitidamente nas imagens aqui gravadas.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

A Igreja do Enforcado em Porto Alegre RS


A Igreja de Nossa Senhora das Dores é a igreja católica mais antiga da cidade de Porto Alegre, no RS. Localiza-se na rua dos Andradas, no centro histórico da cidade, defronte para o lago Guaíba e diante de uma imponente escadaria de 62 degraus, desde a base até a sua entrada principal. A devoção a N. Sra. das Dores foi introduzida em Portugal pelos padres Oratorianos, e chegou ao Brasil por volta de 1770, estabelecendo-se primeiramente em Minas Gerais. Em Porto Alegre, cidade fundada por portugueses açorianos em 1752, a devoção a N. Sra. das Dores começou em 1779.
Os Devotos de N. Sra das Dores mandavam celebrar uma missa todas as sextas-feiras entronizada num dos altares laterais da antiga Matriz da Mãe de Deus, no local onde hoje está construída a Catedral Metropolitana de Porto Alegre. Estes devotos criaram a Irmandade de Nossa Senhora das Dores, que se tornou Ordem no ano de 1824. Em 1832 a ordem das Dores foi desmembrada da paróquia da Mãe de Deus, mas só recebeu um pároco em 1859, quando o Imperador Dom Pedro II indicou o Padre José Soares do Patrocínio Mendonça para o cargo. A construção da igreja começou em fevereiro de 1807, e suas obras só foram terminadas em 1904.
Josino, alegando a sua inocência, teria então jogado uma maldição: as torres "malditas" nunca seriam terminadas e o seu "dono" jamais veria a obra da igreja terminada. No entanto, segundo o historiador Sérgio da Costa Franco, a condenação do dito escravo teria ocorrido em razão de um assassinato. Segundo a lenda, a demora na sua conclusão ocorreu devido à maldição de um escravo, condenado à forca injustamente pela acusação do roubo de um colar da imagem de Nossa Senhora. Segundo a história, eram Domingos José Lopes, um abastado morador da cidade e senhor de escravos, e um escravo de nome Josino, que ele "emprestara" para trabalhar na obra.

Lenda ou verdade, a igreja só foi concluída 97 anos após o início da construção, com um novo projeto de torres e fachada ao estilo eclético alemão, destoando do restante do conjunto arquitetônico, que foi construído em estilo barroco português. A Igreja de Nossa Senhora das Dores foi tombada e declarada patrimônio histórico e artístico nacional em 1938 e seu interior é ricamente decorado com características do período colonial. Sua preservação faz parte do Projeto Monumenta, que tem participação do BID, da UNESCO e do Banco Mundial. Sua história, por sua contemporaneidade, confunde-se com a própria história da cidade de Porto Alegre.