A História da Antiga Colônia de Imigração Italiana de Vale Vêneto no RS. Quando, em 1876, o Governo Imperial de Dom Pedro II iniciou um processo de imigração gratuita pelas 22 províncias formadas no império do Brasil, na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul desenvolveu-se também a imigração em massa com a vinda de grande número de imigrantes para a região.
Na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul foram criadas quatro colônias para receber os imigrantes, sendo elas: Conde D’Eu hoje o Município de Garibaldi, Dona Isabel hoje o Município de Bento Gonçalves, Fundos de Nova Palmira hoje o Município de Caxias do Sul e mais tarde a colônia de Silveira Martins, conhecida como a quarta colônia de imigração.
Da região do Vêneto, no Norte da Itália, é que saíram os imigrantes que aqui chegaram e povoaram a região. Os imigrantes partiram do Porto de Gênova, Itália, e chegaram ao Rio de Janeiro em 20 de abril de 1878. Do Rio de Janeiro seguiram viajem até Porto Alegre, e de lá saiam em pequenas embarcações subindo o Rio Jacuí, e aportando na cidade de Rio Pardo.
Então, da cidade de Rio Pardo, eles prosseguiam a viagem sobre carretas puxadas por bois até o Barracão de Val de Buia, no hoje Município de Silveira Martins. Passados quinze dias chegavam ao barracão, onde aguardavam a demarcação e a liberação de seus lotes de terras. Enquanto aguardavam a distribuição das terras, uma peste (epidemia), dizimou cerca de 400 pessoas. Este acontecimento fez com que o governo Imperial acelerasse o processo das demarcações de terras doadas aos imigrantes.
No entanto, os imigrantes tinham que eles mesmos explorar a região, marcada pela cordilheira de São Martinho, abrindo piquetes e caminhos no meio da selva, pois não havia estradas e nenhuma infraestrutura. E a chegada contínua de novos imigrantes fez com que a Colônia de Silveira Martins se expandisse pelos contra fortes da serra de São Martinho. Em decorrência disso, em 1878 chegaram as 11 primeiras famílias de imigrantes neste vale, conhecido por "Buraco" em virtude de sua localização. No mesmo ano, chegaram ao vale mais famílias lideradas por Paulo Bortoluzzi, e por ser esta uma família numerosa, o nome do local passou-se a chamar Vale dos Bortoluzzi.
O Nome de Vale dos Bortoluzzi foi, no entanto, motivo de muita discórdia na comunidade, uma vez que outras famílias alí também se estabeleceram. Foi então que, por intermédio do Padre Sório, vindo da Itália a pedido das famílias para exercer no local as suas funções clericais, fez uma reunião com os imigrantes afim de mudar o nome do lugar. O grupo dos Bortoluzzi, tinham uma situação financeira privilegiada perante os demais imigrantes que os acompanhavam e, por isso, puderam construíra um moinho e uma bodega. Por exercer liderança na localidade, Paulo Bortoluzzi é considerado o fundador de Vale Vêneto.
Adotou-se assim o nome de “Val Vêneta”, em razão da região de origem da maior parte dos imigrantes. E quando da visita do Bispo de Porto Alegre ao local no ano de 1909, foi sugerido que o nome fosse passado para o português, Vale Vêneto, nome este que permanece até os dias atuais. Na escola, alunos e alunas conviviam em regime de internato, sob a égide das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, congregação esta fundada na França por Bárbara Maix no ano de 1849. A escola encerrou suas atividades no ano de 1980, e aluga parte de sua estrutua ao estado do RS que mantém ali uma escola estadual.
A escola Nossa Senhora de Lourdes, que aparece no início deste vídeo, funcionou no Vale Vêneto, em regime misto de internato de 1892 até o ano de 1980. Era uma escola particular de educação confessional católica. Ali se estabeleceu o primeiro ginásio religioso educacional misto do interior do estado do RS. A Congregação Religiosa ainda mantém no Local uma Casa de Retiros. A Casa é aberta ao público para hospedagens em Vale Vêneto, e tem espaço adequado para cursos, retiros e hospedagens em Vale Vêneto, distrito de São João do Polêsine.